Tem gente que viaja para fugir da rotina, para descansar, para trabalhar.
Eu viajo para escutar o território. E para fazer tudo isso ao mesmo tempo.
Viajo para caminhar com os pés, com a boca e minha vontade. E com muitas perguntas na bagagem.
Viajo porque acredito que o Brasil é um país que só se entende de perto, tamanha é a sua diversidade e complexidade. Brasil? Brasis!
Ando meio Ariano Suassuna, quando o assunto é a valorização de quem somos. Somos tanto, somos muitos!
E viajo, dessa vez, porque quero olhar nos olhos dos ecossistemas de inovação.
Essa é a minha travessia de 2025: uma imersão real (e simbólica) pelos ecossistemas de inovação do Nordeste até a Paraíba, começando por Salvador, Aracaju, Maceió, Recife e João Pessoa.
E na outra parte do ano, depois do ESX, maior evento do ecossistema de inovação do Espírito Santo, continuo a andança.
Mas isso é história para os próximos capítulos.
Mas o que é mesmo esse projeto?
Essa jornada é feita de várias camadas:
É uma pesquisa em campo sobre inovação, habitats e políticas públicas.
É um movimento afetivo de escuta dos lugares, das pessoas e das potências locais.
É também uma escolha de vida – porque, como eu costumo dizer, polinizar é a consequência do movimento, não a causa.
A abelha que habita em mim precisa coletar o néctar do conhecimento nos jardins da vida que pulsam em tantos lugares. E, de cada movimento, pessoa e território, carregar o pólen dos aprendizados para seguir polinizando, trocando, aprendendo.
Buscando algo que me preencha e ao mesmo tempo, levar comigo muito mais!
Entre os pontos turísticos conhecidos, as rodas de conversa, as receitas de cada lugar, os cafés com sotaques diferentes e os habitats cheios de ideias, vou levantar dados, ouvir histórias, visitar habitats de inovação, conversar com atores locais e observar os sinais (visíveis ou não) de como a inovação acontece em cada lugar.
E esse é um assunto que alcança todos nós, independentemente se somos empreendedores de startups, se trabalhamos em incubadoras, hubs, em empresas, governo ou na universidade.
Por trás de conceitos e categorias: o que eu quero investigar
A inovação brasileira tem sotaque.
Ela nasce em laboratórios, mas também em cozinhas e botecos.
Ela pulsa nos editais públicos, mas também nas trocas de saberes na feira de domingo, entre um pastel e um caldo de cana.
E é por isso que, nessa jornada, quero ir além da tríplice hélice.
Sim, governo, universidade e empresa são fundamentais – mas não são suficientes na configuração do movimento complexo que precisa prevalecer em Rede.
Nos meus estudos e vivências, reconheço nove hélices da inovação. Depois vou falar sobre cada um deles.
Cada cidade me ensinará qual dessas hélices gira com mais força – e quais ainda precisam de vento.
O que você pode esperar daqui pra frente?
Esse blog, o mayrabee.com.br, é meu campo de pouso.
Aqui, vou registrar com palavras, fotos e ideias os aprendizados dessa jornada.
Alguns textos serão mais analíticos. Outros mais poéticos.
Haverá mapas de habitats, falas de pessoas incríveis, provocações sobre políticas públicas de fomento e reflexões sobre como inovar é, antes de tudo, habitar com intenção.
Vou escrever como quem conversa.
Vou caminhar como quem pesquisa.
E vou compartilhar como quem acredita que a inovação mais poderosa é a que nasce do encontro e na possibilidade da gente se reinventar todo santo dia.
Por que começar por Salvador?
Porque Salvador é berço e expansão.
A primeira capital depois de Vitória que ainda não conheço.
É onde a cultura e a tecnologia se olham nos olhos.
É onde os tambores batem junto com a vontade de fazer acontecer.
É onde a inovação precisa dançar em ritmo de axê – ou não acontece.

Se quiser, vem voar comigo!
Vem ver como a inovação também pode ser negócio, cor, corpo, chão, flor, ritmo e conexão.
Porque sim, tem hélice girando em cada canto do Brasil.
E eu estou indo lá para ver – e ouvir – de perto.
Se você vier, vou ser uma abelha bem mais feliz! 🙂



Uma resposta
Que projeto lindo!! Já favorito pra acompanhar!