Inovação também é viva, acontece em rede, e precisa de conexões para florescer

Um ecossistema de inovação é um ambiente dinâmico que reúne atores diversos — universidades, governos, empresas, startups, investidores, hubs, organizações sociais, prestadores de serviço, meios de comunicação e a própria sociedade civil — todos interagindo em busca de soluções inovadoras.
Você já observou uma colmeia de perto?
Ali, milhares de abelhas operam em sincronia. Há diferentes papéis, movimentos precisos, fluxos complexos e uma lógica invisível que sustenta o todo. A produção do mel, a construção dos favos, a proteção da colônia — tudo acontece por meio da inteligência coletiva. Cada abelha age com autonomia, mas conectada a um propósito comum.
Cada um desses atores contribui com saberes, recursos, talentos, visões e repertórios diferentes. E é justamente na diversidade que mora o potencial de criar o novo.
Se pensarmos no ecossistema como uma floresta, podemos imaginar:
- As universidades como árvores frondosas que ofertam sombra, conhecimento e sementes;
- As startups como brotos curiosos, que testam caminhos, crescem rápido e às vezes precisam de tutores;
- Os investidores como chuvas pontuais que irrigam ideias e ajudam a tirar projetos do papel;
- O governo como o solo que pode nutrir ou barrar o florescimento, dependendo da sua composição;
- A mídia e os comunicadores como os polinizadores que espalham histórias, conectam vozes e geram novas possibilidades;
- A sociedade civil como o clima — que muda, pressiona, acolhe e desafia.
Um ecossistema de inovação é o conjunto de atores, interações e ambientes que, de forma integrada, estimulam o desenvolvimento de soluções inovadoras, articulando competências, conhecimentos e recursos para gerar valor econômico, social e tecnológico.
(Adaptado de SEBRAE e ANPROTEC, 2021 – Estudo de Ecossistemas Locais de Inovação)
Mas não basta estarem todos ali. A “mágica” acontece quando existe cooperação intencional, infraestrutura adequada, confiança mútua e visão compartilhada de futuro.
O ecossistema de inovação não é um conjunto de iniciativas isoladas. É um organismo coletivo em constante movimento.

Profissionais que habitam o Hub Salvador, nas Aceleradoras Wayra (Bárbara e Gabriel) e a GetIN (Ed Lobo)
Quer um exemplo real?
Salvador, cidade onde começo minha jornada pelo Nordeste, vem se transformando em um terreno muito fértil para inovação. Lá, iniciativas como o Colabore, o Hub Salvador, o Parque Tecnológico, a atuação de universidades como UFBA, além da participação de empreendedores criativos, mostram como diferentes agentes se articulam para construir um ambiente de inovação.

Ainda há desafios como alinhamento entre atores, sensibilização para estimular empreendedores a criarem novos negócios, mais participação das startups nos programas de incubação e aceleração – como em todo ecossistema vivo — mas o solo está sendo preparado com diálogo, atores distintos e visão.
Resumidamente, os ecossistemas de inovação são mais que ambientes. São relações vivas. São as redes que formamos, os saberes que trocamos, os encontros que provocamos. São as florestas simbólicas onde as ideias criam raízes, ganham forma e se lançam ao mundo.
Será que você faz parte de tudo isso?
Polinizar é preciso!